Bastidores: vitória do Inter no Gre-Nal tem “gol” de D’Ale, vídeo com Mercado e cerveja a Borré

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O Inter ganhou o Gre-Nal 443 porque se mostrou superior ao Grêmio, mas o resultado foi construído ao longo da semana. Desde a recuperação de Rafael Borré à decisão de D’Alessandro em colocar o grupo no meio da torcida na chegada ao Beira-Rio. Motivados, os colorados saíram com a vitória por 1 a 0 e viram o colombiano tornar-se herói em sua estreia no clássico.

O Colorado tratou de fazer mistério, como é de praxe antes dos clássicos. Abriu apenas o aquecimento da quarta-feira, quando Roger Machado tentou aumentar as dúvidas ao deixar abertas as situações de Agustín Rogel e Borré, que se recuperavam de lesão muscular na coxa esquerda, e Fernando, com uma lesão na panturrilha direita.

Àquela altura, entretanto, Borré já estava assegurado em campo. Inclusive, esperou a imprensa sair do gramado do Centro de Treinamentos Parque Gigante e participar do trabalho

– O Borré foi entregue à parte técnica na segunda. Fizemos alguns mistérios e o deixamos aquecer na academia no dia que vocês (jornalistas) estavam vendo. Gerar um pouco mais de assunto, né – brincou Roger após o clássico.

Já o zagueiro Rogel não trabalhou com o grupo. Clayton Sampaio foi preparado para seguir como a dupla de Vitão. Enquanto isso, Fernando ainda relatava dores e existia um receio de iniciar com o volante, agravar o problema e perdê-lo por um período extenso neste fim de temporada.

O Inter, inclusive, jamais informou o problema do meio-campista, como costuma realizar com a publicação de boletins médicos. Até a concentração teve uma pitada de mistério.

O grupo chegou ainda na tarde de sexta ao hotel que serve de quartel-general em Porto Alegre para evitar indícios da escalação. Ainda colocou tapumes no andar para realizar as refeições sem ser importunado e deixar escapar algo.

Na saída para o jogo, o grupo recebeu o carinho da torcida, com tapas nas costas e pedidos para fotos e autógrafos. No ônibus, Renê se divertiu com Alan Patrick e disse que Dorival Júnior, técnico da Seleção, estaria no Beira-Rio para observá-lo. O que tirou risos do capitão colorado.

Nos braços do povo

 

Na chegada ao estádio, o diretor esportivo D’Alessandro teve a ideia de mudar a logística. Em vez de a delegação descer na garagem, como ocorre costumeiramente, sairia perto da torcida, que aguardava o Inter com o tradicional grito do “vamos, vamos, Inter”. Aos berros, falou para o motorista parar o ônibus:

– O culpado foi o D’Ale. Estava com os fones e ouvi uma gritaria. Pensei: “quem está brigando?”. (D’Alessandro) Dizia para parar o ônibus e sentir o calor da torcida. Não preciso mencionar a história dele aqui. Ele tem os caminhos, conhece os cachorros do pátio dele. Descemos e foi bom sentir a energia. Somos movidos pela emoção – disse o técnico Roger Machado.

No vestiário, D’Alessandro e eu dissemos que queríamos estar em campo. Infelizmente, não podemos mais. O máximo é conduzi-los e acreditar que reproduzirão em campo. Este é o nosso gol. Vale muito a pena.
— Roger Machado, técnico do Inter

Surpresa de Mercado

Já no vestiário, em meio aos tradicionais gritos de incentivo, com os discursos inflamados de Roger e D’Ale, os jogadores receberam uma surpresa. O clube realizou uma videochamada com Mercado, que se recupera na Argentina da cirurgia no joelho esquerdo.

– Rapaziada, mandando meu apoio. Sei que dará tudo certo. Desfrutem esta oportunidade única. Meu coração está com vocês! Vamos, Inter! – disse o zagueiro.

Roger berrava sobre a importância de Mercado, do “soldado machucado na batalha e levar ao campo a honra que tem com a camisa”. Alan Patrick adotou linha semelhante ao lembrar o amigo.

– Não esqueceremos do nosso soldado que está ferido na casa dele. Sabemos o quão guerreiro é aquele cara e o quanto gostaria de estar aqui. Hoje é por ele. A mensagem que passou temos de sentir, levar para dentro e fazer por ele. É um guerreiro e transmite o que o grupo representa – declarou o camisa 10.

Em campo, a vitória viria em uma construção coletiva, iniciada por Rochet, com 20 toques na bola e a participação dos 11 em campo. Entre eles, Fernando, que já havia substituído Rômulo.

Prêmio ao artilheiro

O gol de Borré seria uma coroação do trabalho dos departamentos do clube e entrega do colombiano. Afinal, fora do expediente, complementava com sessões de fisioterapia com o profissional que contratou.

De quebra, ainda alegrou a família e amigos, os quais lotaram o camarote que tem no estádio. O clássico foi o primeiro desde que personalizou o espaço para receber os parentes. Na saída, o camisa 19 acabou interpelado pelos fãs, ávidos por fotos com o autor do gol da partida. Entre fotos, agradecimentos e papo, ganhou um prêmio: um torcedor o deu um gole de sua cerveja.

O colombiano deixou o estádio por volta das 20h, contente com o desempenho do time. Em casa, jantou com a família, tomou um vinho e trocou as fraldas da filha mais nova. No domingo, aproveitou a folga para assar uma parrillada.

O Inter se reapresenta na manhã desta terça-feira. Energizado com a vitória no Gre-Nal e cada vez mais crente que tem condições de alcançar o G-4 do Brasileirão. Está em sexto lugar com 49 pontos, um do São Paulo, o quinto, e dois do Flamengo, o quarto.

No sábado, tenta alcançar o 11º jogo de invencibilidade. A partida com o Atlético-MG ocorrerá às 19h, na Arena MRV, em Belo Horizonte.

Fonte: Ge.com

Menina FM