A passagem foi meteórica, mas acendeu a Fundação Cultural Palmares. Da copa ao gabinete da presidência, servidores e colaboradores da instituição pararam para reverenciar o músico, percussionista, compositor e produtor cultural Carlinhos Brown.
Não sem razão. Genuíno exemplo de resiliência negra, o artista nasceu num quilombo encravado no coração da capital baiana: a comunidade do Candeal Pequeno de Brotas.
E hoje é um dos mais celebrados artistas do Brasil. Dentro de uma organização de defesa, valorização e promoção da cultura negra, a presença de Carlinhos Brown não poderia soar mais representativa.
Casa da Cultura
Mas teve, claro, o aspecto institucional. Guiado por João Jorge Rodrigues, presidente da Palmares, Brown percorreu as novas instalações da fundação – futura Casa da Cultura Afro-brasileira. E festejou: “Que maravilha, João!” (referindo-se ao presidente da Fundação, João Jorge Rodrigues.
Ciente do contexto de reconstrução da Palmares, arruinada pelo governo passado, o artista disse já estar “sentindo a diferença” do ambiente, que hoje se apresenta “não como um lugar que te expulsa, mas que te acolhe”.
Trajetória
Carlinhos é um multiartista premiado – um Prêmio Goya, dois Grammy Latino (oito indicações) – e reconhecido no mundo por seu trabalho na Sociedade Internacional de Educação Musical.
Mas o êxito individual não está dissociado do coletivo. Desde o início da carreira, carregou consigo uma coletividade, criando projetos que transformaram a vida de crianças e jovens economicamente carentes de Salvador.
Pelo engajamento social, recebeu diversos prêmios, entre os quais, o do Telecinco, importante canal de TV espanhol. Não foi, portanto, uma “tietagem” típica, a que aconteceu na Palmares, ontem (31/7). Foi uma celebração, um ato de reconhecimento de um par muito, muito especial. Pra ficar na memória dos palmarinos.
Fonte: Agência Gov